No início do século XVII, o Convento de Santa Clara do Funchal, possuía o domínio direto de diversas propriedades no lugar da Ribeira Brava. Uma casa térrea na antiga Rua da Bagaceira, denominação seiscentista da artéria onde hoje se situa o Museu Etnográfico da Madeira, foreira àquele convento, foi adquirida por Luís Gonçalves da Silva, capitão das ordenanças da Ribeira Brava, que casou, em 1682, com D. Antónia de Meneses.
O capitão Gonçalves da Silva ampliou então a sua moradia, tendo-lhe acrescentado um piso e, na ilharga sul do prédio, mandou edificar, em 1710, uma capela dedicada ao patriarca São José, onde viria a ser sepultado. Ainda podemos observar, embora modificado, implantado no edifício onde se acha instalado o Museu Etnográfico, o portal da referida ermida.
Luís Gonçalves da Silva e sua mulher, por disposição testamentária, efetuada em 1716, instituíram um vínculo perpétuo imposto na casa onde residiram, em diversas fazendas e na própria capela de São José, o qual seria somente abolido em 1860.
Em 1853, José Maria Barreto, último administrador do vínculo de São José, converteu o arruinado solar numa unidade industrial, tendo para o efeito constituído uma sociedade com Jorge de Oliveira.
Foi então ali montado um engenho de moer cana-de-açúcar, de tração animal e um alambique de destilação de aguardente. Em 1862, a sociedade fabril, com um novo sócio, o Pe. João António de Macedo Correia e Freitas, passou a utilizar energia hidráulica, instalando-se, nesse ano, uma roda motriz de madeira, servida por uma levada, e um engenho de moer cana, com três cilindros de ferro horizontais. Em 1868, funcionavam também naquela fábrica dois moinhos de cereais.
Ocorreram depois, ao longo dos anos, sucessivas transações das quotas da empresa e, finalmente, em 1974, os herdeiros de João Romão Teixeira, proprietários do edifício, venderam-no à junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal.
O Governo Regional da Madeira decidiu instalar no antigo engenho de aguardente da Ribeira Brava o Museu Etnográfico da Madeira. Projetado pelo arquiteto João Francisco Caíres foi inaugurado em 15 de junho de 1996.
A atividade agroindustrial da cana sacarina deixou, na ilha da Madeira, muitos testemunhos preciosos, constituindo este um exemplar único, a nível nacional e a nível europeu, pela sua dupla função: moagem de cana-de-açúcar e destilação de aguardente e moagem de cereais. Deste modo, a recuperação daquele engenho, para ali se instalar uma unidade museológica, permitiu também salvaguardar estes testemunhos únicos do nosso património industrial.
O Museu tem como vocação a investigação documentação, conservação e divulgação dos testemunhos da cultura tradicional madeirense. O acervo do Museu integra coleções que abrangem variados aspetos sociais, económicos e culturais do arquipélago da Madeira, sendo a etnografia a sua área de vocação.
A área de exposição permanente encontra-se organizada por temas: atividades produtivas (pesca, ciclos produtivos do vinho, dos cereais e do linho), transportes, unidades domésticas (cozinha e quarto de dormir) e comércio tradicional (mercearia).
Serviços Educativos
A nível pedagógico a instituição procura dar a conhecer, de forma participativa o património etnográfico regional, promover a ligação escola/museu/comunidade, sensibilizar para a importância do conhecimento e preservação do património cultural, despertar o sentido crítico e a sensibilidade estética e incentivar o gosto pela descoberta.
Loja
O museu possui uma loja, com o mesmo horário de funcionamento. Neste espaço encontram-se à disposição do público as edições do Museu e outras edições de caráter cultural e peças de artesanato genuíno madeirense.
Tutela:
Direção Regional da Cultura
Diretora:
Lídia Goes
Morada:
Rua de São Francisco n.º 24
9350-211 Ribeira Brava
Telefone:
(351) 291 952 598
Fax:
(351) 291 957 313
E-mail:
Horário:
Terça a sexta das 9h30 às 17h
Sábado das 10h às 12h30 e das 13h30 às 17h30
Encerrado domingo, segunda e feriados
Fechado no dia 29 de junho, feriado municipal no concelho da Ribeira Brava.
Ingressos:
3.00 € - Normal
1.50 € - 3ª Idade
1.50 € - Cartão-Jovem
2.50 € - (p/pessoa) Grupos (+ de 6 pessoas)
Transportes:
Autocarros Carreiras: 4, 6, 7, 80, 107, 115, 127, 139, 146.
Via Rápida, Itinerário Funchal – Ribeira Brava.
Promover a relação museu/escola/comunidade e dar a conhecer de forma participativa o património etnográfico regional.
São adequadas atividades e ações à faixa etária dos participantes. Cada ação visa dar a conhecer o museu através de jogos didáticos, apresentação de imagens e cartazes informativos e pequenas sessões de trabalhos criativos.
Público-Alvo: escolas, bibliotecas, centros ocupacionais e outras instituições interessadas.
Inscrições:
A deslocação dos técnicos dos serviços educativos deverá ser previamente marcada por telefone, devendo ser ainda confirmada por correio eletrónico: .
Nota: Estão sujeitas a disponibilização de transporte.
Visitas Temáticas de Exploração das Coleções:
Dar a conhecer a história e a importância das “bonecas de massa” (figurado em maçapão), na cultura regional.
Exploração da sala de exposição permanente: “Um grão levado pela corrente”. Troca de conhecimento sobre o ciclo dos cereais.
Elaboração de bonecas de maçapão em terracota.
Local: Atelier de expressão plástica do museu.
Público-alvo: Público em geral.
Dar a conhecer a história e a importância das Pombinhas do Espírito Santo (figurado em maçapão), na cultura regional.
Aprender os gestos e técnicas de execução em terracota.
Local: Atelier de expressão plástica do museu.
Público-alvo: Público em geral
Jardim de Ervas Aromáticas e Medicinais.
Dar a conhecer a horta pedagógica do museu.
Fomentar o gosto pelo cultivo de ervas aromáticas e medicinais, partilhar as suas caraterísticas e valências terapêuticas.
Visita guiada pelo jardim.
Local: Jardim do MEM
Público-alvo: Público em geral.
Diferenciar o “Observar” do “Ver”.
Dar a conhecer os objetos através de uma abordagem que enfatize as vivências de cada um e as funções e a estética das peças.
Aprender técnicas de grafismo e registo sobre diferentes suportes.
Desenho à vista de peças do museu, explorando as caraterísticas dos materiais.
Local: salas de exposição permanente
Público-alvo: Alunos do ensino básico e secundário.
Missão : Seis século s a explorar!
Dar a conhecer a história da Madeira ao longo de 600 anos e sensibilizar para o seu património cultural. O livro “Sardas e a nave sacarina”, explora desde o desbravamento da floresta, o trigo, o açúcar, o vinho, o turismo, o aparecimento dos engenhos, até ao Museu Etnográfico da Madeira, numa viagem lúdica e divertida.
A atividade incide na leitura da história e no desenho criativo sobre os temas da descoberta da Madeira.
Local: Atelier de expressão plástica do museu
Dar a conhecer a coleção permanente do museu, que atravessa a história da cultura da Madeira, desde os primórdios da ocupação até a atualidade, constituindo um polo museológico incontornável para o conhecimento dos costumes e tradições locais.
O Sardas, um ratinho residente, acompanha-nos nesta viagem de perguntas e respostas sobre os artefactos e tradições madeirenses, tornando a aprendizagem lúdica e divertida.
Local: Salas de exposição permanente
Proporciona às crianças a interação entre elas e o gosto pela expressão plástica.
Público-alvo: Crianças e jovens.
Local: Salas de Ex posição permanente do museu e jardim.
Esta oficina pretende experienciar diferentes movimentos gestuais, através da pintura e explorar a forma, a cor e a sua simbiose.
O Projeto dos Serviços Educativos OTL “Museu:
Espaço de Lazer”, tem como objetivos principais a interação e socialização dos jovens e o usufruto por
parte do público em geral do espaço do jardim do museu.
Museu / Escola / Comunidade
Cumprindo o seu papel social e educativo, o Museu juntou-se aos jovens, no projeto “Feirinha dos estudantes”, que tem como objetivo a recolha de fundos para desenvolvimento de projetos pedagógicos e de apoio às despesas com o ensino universitário.
Nota : Os expositores e apoio logístico serão disponibilizados pela equipa do museu.
Todas as atividades estão sujeitas a marcação prévia por 291 952 598, com confirmação através de correio eletrónico:
Nota: Os materiais são cedidos pelo Museu Etnográfico da Madeira.