26 DE OUTUBRO
Museu de Eletricidade da Madeira – Casa da Luz
08h15 – Abertura do Secretariado e receção dos participantes
09h30 – SESSÃO DE ABERTURA
10h15 – CONFERÊNCIA DE ABERTURA | João Neto, Associação Portuguesa de Museologia
A Comunicação nos museus é de extrema importância na captação dos públicos. Essa conquista e a fidelização não passam apenas pelo carácter específico e único das coleções, das exposições, da mediação cultural, de eventos culturais, visitas comentadas, por campanhas publicitárias, pelas plataformas digitais ou equipamentos tecnológicos, mas começa pelo contacto mais simples e por vezes mais emocional... através do primeiro contacto com a receção do Museu e do contacto direto com os Museólogos e Equipa de Dirigentes das entidades Museológicas.
Em resumo, a comunicação nos museus deve ser diversificada e incluir diferentes estratégias para atingir diferentes públicos, mas sobretudo o seu lado mais emocional.
10h40 – Visita à Mostra Informativa: Museus da Região Autónoma da Madeira
10h50 – Pausa
1.º PAINEL VALOR
MODERADORA Graça Alves
11h15 – À Descoberta do Património da Igreja de Santa Bárbara | Vitor Reis, Museu Francisco Lacerda – Açores
Essa comunicação pretende dar a conhecer a Igreja de Santa Bárbara, com o intuito de divulgar o seu património, bem como gerar uma reflexão sobre a relação deste Pólo museológico com o seu público. Além de expor este riquíssimo exemplar do barroco nacional, presente na ilha de São Jorge, também será exposto o trabalho de inventariação do seu espólio, em curso, com o objetivo de partilha com os demais representantes dos museus regionais, tendo como objetivo o enriquecimento do trabalho efetuado na Igreja de Santa Bárbara, localizado na Freguesia de Manadas, Ilha de São Jorge.
11h35 – Diário de Bordo Cultura Açores | Diana Gonçalves dos Santos, Direção Regional dos Assuntos Culturais – Açores
O Diário de Bordo Cultura Açores (DBCA) é um diário de viagem participativo, na medida em que permite o registo pessoal das experiências exploratórias de “navegação”, na rota pelos 10 equipamentos culturais com funções museológicas, sob a tutela do Governo dos Açores, promovendo o conhecimento e a interação com as suas coleções públicas.
Além de orientar o itinerário a realizar pelas 9 ilhas do arquipélago, por meio da disponibilização de conteúdos informativos sobre os diferentes espaços e suas coleções, o DBCA confere, simultaneamente, vantagens, por meio de descontos em publicações e serviços, e ainda, prémios de assiduidade, a atribuir em função de três níveis de conclusão do roteiro de visita à rede de espaços em apreço, correspondente a 8 museus, um ecomuseu e um centro de artes contemporâneas.
Recuperando o conceito de Diário de Bordo, e inspirado no Colecionismo, no Scrapbooking e na Sticker Art – referências associadas a práticas, na sua essência, profundamente analógicas –, este produto pretende um envolvimento emocional com o público através do incentivo à fruição da multiplicidade dos aspetos culturais abordados nos diferentes equipamentos culturais visados, acentuando que essas temáticas se complementam e contribuem para uma noção de um todo cultural.
11h55 – Museus com Alma e por devoção | Manuel Francisco Costa Júnior, Museu do Pico – Açores
Falar do Museu do Pico, e da sua tripolaridade museológica, é pensar de que modo este museu, proveniente de um contexto rural, foi capaz de se assumir como uma força motriz das dinâmicas culturais, patrimoniais e turísticas da ilha do Pico.
Nos museus do Pico contamos histórias locais e regionais, que são globais. Narrativas que se cruzam com o mundo. Aqui mora o singular, o que é único. O que tem caráter e forte personalidade. É essa diferença e essa especificidade, sem mimetismos, que constituem a nossa força e a nossa atratividade. Fomos capazes de construir um conceito de museu que se transformou numa imagem de marca no panorama museal e turístico da Região.
Estes museus, nascidos num quadro sociológico e administrativo marcadamente localista, privilegiaram uma abordagem apertada, e incompleta, da realidade. As suas temáticas são, contudo, transversais a todo o Arquipélago, com impacto histórico e cultural no país e fora dele. É preciso, pois, que eles reflitam o universo da ilha e da Região. Que sejam capazes de explicar e interpretar o complexo histórico-geográfico da baleação e da vitivinicultura, à escala arquipelágica. Depois, que estabeleçam ligações com outros territórios e outras comunidades. Relações históricas, patrimoniais e museológicas que, legitimamente, nos internacionalizem.
Aqui, os museus celebram a grande liturgia da terra e do mar. Resgatam do silêncio os ecos e as ressonâncias de uma identidade marcada pela maldição da terra, pela força telúrica do chão, e por um apego medular ao berço. Combatem o esquecimento. Dos homens coletivos e anónimos. Dos homens sem voz. Dos deserdados da História.
12h15 – DEBATE
12h30 – Pausa para almoço
2.º PAINEL ENCONTRO
MODERADORA Marisa Santos
14h30 – O Museu não é uma Ilha – públicos, mediação e parcerias | Vitor Castelo, Museu de Angra do Heroísmo – Açores
É crescente a atenção e o debate sobre o papel dos museus, sobretudo quanto aos meios e aos modos de o desempenhar. Contudo, apesar de um manifesto interesse na mudança, demonstrado em diferentes frentes e por agentes diversos, o museu é ainda estigmatizado
por muitos. Durante anos, os museus regionais dos Açores, a par de uma política de representação identitária das suas coleções, procuraram cimentar uma ligação com o seu entorno e a comunidade local. Esse foi, durante muito tempo, o objetivo principal da sua política de angariação de visitantes. No caso do Museu de Angra do Heroísmo, esse investimento teve como natural consequência a fidelização de um grande número de público. Em paralelo, seguiu com uma política de promoção de parcerias com entidades regionais, nacionais e internacionais, o que possibilitou a diversificação desse mesmo público. Neste sentido, com base no caso do Museu de Angra do Heroísmo, procuramos um contributo para a reflexão sobre a aproximação entre o Público e o Museu, assumindo a crença de que é pertinente aproximar mais o museu dos visitantes, ou seja, estreitar a relação entre os museus e os seus públicos.
14h50 – Museus, encontros, partilha, participação | Helena Mantas, Serviço de Públicos e Desenvolvimento Cultural, Direção da Cultura da SCML – Lisboa, e Maria João Ferreira, Museu de São Roque – Lisboa
Em permanente construção, os museus são locais de encontro, partilha de memórias e experiências múltiplas, espaços de criatividade e inovação, de reflexão e reforço do sentido crítico. O património não é em si o que se tem, mas o que se pode construir com ele, e é nessa construção, que deve ser participada, que reside o seu grande valor. Como promover a transformação dos museus? Criando uma programação sólida e consequente, que tenha como base as características do património e dos diferentes públicos; deixando os públicos "apropriarem-se" do museu e do seu acervo; olhando para os vizinhos e chamando-os: o território, seus habitantes, instituições, estruturas culturais, educativas, sociais, associativas; disponibilizando recursos que tornem a leitura do acervo museológico acessível a diferentes públicos. O Museu de São Roque tem vindo a desenvolver nos últimos anos práticas que pretendem aproximar e envolver os públicos. Vamos partilhar algumas destas experiências, tendo em vista contribuir para o debate e para as boas práticas museológicas.
15h10 – A Conversar é que a Gente se entende | Helena Sousa e Catarina Andrade, Casa-Museu Frederico de Freitas – Madeira
A Madeira é um destino turístico por excelência e naturalmente os turistas, nacionais e estrangeiros, são a maioria do público da Casa-Museu Frederico de Freitas. No entanto a criação dos Serviços Educativos, em 2001, revelou-se crucial para a cativação dos diferentes públicos locais, cuja adesão tem sido crescente.
É importante salientar que o trabalho dos Serviços Educativos não se limita ao público escolar, esse é de facto um sector habitual, mas a nossa ação estende-se a outros grupos, como adultos, famílias, seniores e utentes de instituições de Solidariedade Social, públicas e privadas.
Outro aspeto que importa referir é o facto de o público madeirense não estar muito vocacionado para visitar os museus da sua Região, embora o faça no exterior. Os nossos visitantes locais têm sido conquistados à custa de um árduo e continuado esforço, sendo crucial fidelizá-los, sem descurar as novas exigências da diversidade de públicos. Só assim se podem criar ligações significativas e perduráveis com as pessoas de todas as idades, com saberes e capacidades distintas, no sentido de tornar a Casa-Museu Frederico de Freitas acessível e aberto a todos.
15h30 – Quem visita o Museu da Baleia da Madeira? | Ana Nóbrega, Museu da Baleia – Madeira
O Museu da Baleia fica situado a leste da ilha da Madeira, distante do grande centro agregador da maior parte daqueles que visitam a Região. Então, quem frequenta este museu? Que estratégias tem para responder às exigências da contemporaneidade e captar a atenção das pessoas, aproximando-as do museu
15h50 – DEBATE
16h15 – ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS
27 DE OUTUBRO
Museu de Electricidade da Madeira – Casa da Luz
3.º PAINEL LIGAÇÃO
MODERADOR Bernardo Vasconcelos
09h30 – Que público imaginamos criar? | João Mourão, Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas – Açores
Como pode uma instituição cultural mediar a sua atividade e para que comunidades? Quem se envolve, porque se envolve e como se envolve? Que públicos queremos imaginar e produzir?
A reflexão sobre a prática institucional, sobre que modos de instituir conseguimos imaginar e produzir tem sido central na minha prática. Sempre acreditei que uma instituição não só deve, como tem de ter uma voz (e talvez também uma personalidade), bem como tomar e defender pontos de vista e posições concretas. Nos últimos anos, o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, tem-se tornado essa instituição que diz coisas, que reflete sobre o mundo em que existe. Temos trabalhado para produzir um futuro mais ético, responsável e igualitário. Esta comunicação irá centrar-se no modo como temos pensado os públicos e a instituição.
09h50 – Serviço Educativo do MQC: 27 anos de experiências pedagógicas ao serviço da comunidade | Andreia Morgado e Gabriela Nóbrega, Museu Quinta das Cruzes – Madeira
A partir da década de 80, o programa educativo do Museu Quinta das Cruzes estruturava-se em atividades, como visitas guiadas e outros projetos escolares, com origem num trabalho colaborativo entre o corpo técnico do museu e os docentes das escolas da Região, em função dos programas curriculares de então.
Contudo, foi com a criação do Serviço Educativo, em 1996 através do destacamento de duas professoras das áreas da Escultura e da História com especialidade na componente pedagógica, que formalmente se criaram condições para uma organização mais vocacionada para essa área e com a promoção de um trabalho pedagógico mais sistematizado com vista à divulgação das coleções.
As várias atividades que se realizaram entre os anos de 1996 e 2000, entre elas, o Projeto Área Escola “Quintas Museus”, as Gincanas Culturais, o Encontro de Museus na Praça Colombo (por ocasião do 18 de maio em 1998), as oficinas educativas (cerâmica, construção de flores de papel), marcaram o início de um trabalho continuado de um serviço que conta já, atualmente, com 27 anos de existência.
Nesta comunicação será realizada uma reflexão sobre o trabalho desenvolvido com os públicos, ao longo destas duas últimas décadas, destacando os vários projetos educativos que contribuíram para que o MQC se caraterize como um museu ao serviço comunidade, da promoção e valorização do património cultural e um parceiro mediador de aprendizagem.
10h10 – Comunicação Museológica Acessível |Sara Canavezes, Câmara Municipal do Funchal – Madeira
A Câmara Municipal do Funchal, tem como parte fundamental dos seus princípios a preservação e divulgação do património e da história local, como tal, tem sido um motor de trabalho o incremento da comunicação dos espaços responsáveis pela cultura e pela memória comum.
A paragem obrigatória de todos os serviços em março de 2020, foi um período importantíssimo para reanalisar o estado dos nossos museus, e como a comunidade se relaciona com eles e vice-versa. Como tal apercebemo-nos que os museus e a sua localização eram fatores que influenciavam em grande percentagem a relação com o público. Assim como, verificamos os pontos fortes e fracos de cada espaço, e de como estes poderiam alavancar a sua comunicação com o exterior. A comunicação é comum a todos, os mesmos princípios e canais, encontrando-se os espaços em constante adaptação para terem uma comunicação acessível a todos, evitando barreiras linguísticas e/ou físicas.
10h30 – DEBATE
10h45 – Pausa
4.º PAINEL VANGUARDA
MODERADORA Rita Rodrigues
11h15 – Revolucionismo: Nuevas experiencias de abordage | Carmen Dolores Chinea Brito, Museu de História e Antropologia de Tenerife – Canárias
No es original ni novedoso, sino ya una sana costumbre en algunos Museos, poner en práctica líneas aperturistas que den voz al público sobre sus colecciones, narrativas o actividades. No se trata de un esnobismo ni de invertir roles, sino de crecer mutuamente en compañía y enriquecer a la institución con múltiples visiones.
En esta línea, cuando el Museo de Historia y Antropología de Tenerife (MHAT) se cuestiona qué pasa con el espectro de público joven, deficientemente representado en sus estadísticas anuales, decide adentrarse en diseñar acciones específicas para ellos, pero con ellos. Así nace REVOLUCIONISMO, a principios del año 2023, gracias al apoyo y la colaboración de PONOS (proyecto de orientación y primera oportunidad de empleo para jóvenes, del Área de Juventud del Cabildo insular).
No se trata del nombre de una actividad, sino del de un proceso que, como meta final, sí persigue añadir actividades nuevas a la programación con la particularidad de que sus destinatarios han sido, a la vez, creadores y copartícipes. También es un desafío y pretendemos abordarlo como Programa de larga duración.
* franja de edad: 16 a 35 años
11h35 – Museus: de dentro para fora | Francisco Clode, Direção Regional da Cultura – Madeira
Como nas sociedades contemporâneas, a dimensão digital e etérea das unidades museológi-cas tendem a constituir-se como uma realidade paralela ao lado inicial e físico das institui-ções.
As coleções devem ser físicas e matéricas para poderem ser digitais.
As coleções constituem-se, tratam-se e divulgam-se, por esta ordem. Sem mais artifícios.
11h55 – Acciones en el Metaverso o como atraer a nuevos públicos a los museos | Mª Ángeles Alemán Gómez, Universidade de Las Palmas – Canárias - Online
La idea de un público ensimismado ante la obra de arte, emocionado ante su belleza y en estado de contemplación, es una imagen arraigada en el imaginario colectivo. Pero, pese a pertenecer a esta tipología de público, pues disfruto de la visita a los museos en silencio y con frecuencia me he emocionado ante la belleza de una obra de arte, entiendo por mi trabajo con los estudiantes que este tipo de relación con el museo no es atractivo para la generación Z. Atraer a un tipo de público que utiliza las redes sociales como espacio vital, que entiende la comunicación como un hecho que necesariamente pasa por las nuevas tecnologías y que difícilmente se pueden sentir atraídos por el estado contemplativo al que antes me refería, pasa por utilizar los nuevos elementos que nos proporciona la tecnología. Esta breve disertación tratará de establecer nuevo parámetros para el trabajo de los museos y su relación con los nuevos públicos posibles, utilizando el espacio del Metaverso y afines como herramienta.
12h15 – DEBATE
13h00 – Pausa para almoço
5.º PAINEL EDUCAÇÃO
MODERADOR Ana Gandum
14h30 – A contribuição para o conhecimento científico ao longo de 90 anos | Ricardo Araújo, Museu de História Natural do Funchal – Madeira
Desde a abertura ao público, a 5 de outubro de 1933, que o Museu de História Natural do Funchal tem vindo a ser uma referência internacional no conhecimento e respetiva divulgação da biodiversidade do arquipélago da Madeira. Através de uma exposição permanente, de um aquário de água salgada e de diversas outras atividades que desenvolve que o Museu tem vindo a divulgar o conhecimento científico aos seus visitantes, mas é essencialmente a existência de uma coleção científica, a edição de duas publicações científicas, a participação em expedições e as colaborações com outras instituições de natureza científica, que colocam o Museu de História Natural do Funchal uma instituição de referência de reconhecimento internacional, levando e promovendo o arquipélago da Madeira por todo o Mundo.
14h50 – O Museu de Arte Contemporânea da Madeira e a comunidade: Território versus Público | Márcia Sousa e Desidério Sargo, MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira – Madeira
A presente comunicação tem por objetivo refletir sobre os desafios da gestão programática, pedagógica e museográfica de unidades dedicadas à preservação e produção de arte contemporânea, em contexto insular, com particular enfoque para as especificidades dos territórios ultraperiféricos e envelhecidos, com fracos índices de natalidade, apresentando como estudo de caso a Calheta.
15h10 – DEBATE
15h30 – Visita guiada ao Museu de Electricidade – Casa da Luz
16h15 – ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS
28 DE OUTUBRO
MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira
10h00 – Visita ao MUDAS.Museu de Arte Contemporânea do Funchal
12h00 – CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO | Francisco Maduro Dias
Propõe-se um revisitar de conceitos, numa conversa com o seu quê de antropologia e arqueologia, apoiada em três perguntas:
1. Ser Museu ou Mouseio?
Património ou Recurso? Entre os esqueletos e memórias no armário e a “Casa de Ins-piração”? A Alexandria de Ptolomeu Soter. A enorme e abissal diferença entre olhar para trás e pedir apoio para o futuro. Entre a guarda e a inspiração.
2. Que Museologia e que museografia, em ilhas?
A distância e a dispersão relevam? Concentração ou Rede? Centralismo e Localismo? Museus e Centros de Interpretação. O lá, o cá e o “pelo caminho”. O “lá fora e o cá dentro”. Fronteira ou Horizonte? Peças e memórias.
3. Ser Museu no século XXI?
Entre as peças e o contacto directo e a mediação. O digital e virtual e a verdade (o que quer que seja que isso signifique) das peças e da sua materialidade. Fazer falar e deixar falar os sítios a partir das coisas.
12h40 – SESSÃO DE ENCERRAMENTO